Don't you see?

There is this very special young woman

who with all hear heart

fearlessly makes the world a little better.

She gives it all

performing for change.

She screams out loud

shaking

provoking 

bothering people

who don't want to see. 

Who ignore other's pain.

Who ignore other's struggles.

She doesn't let them.

She makes them at least take a glance.

Race

Privilege

Power

Gender

Violence

Migration

Don't you see?

She makes the world a better place.

She stands for freedom and peace.

Don't you see?

If just a few of us had her courage and passion

the world would be better. Sooner. 

Johanna

She's a woman
she's a child.
She's so shy but still so wild.
She carries her heart
on top of her mind.

In her eyes you'll find the ocean
her tiny body's filled with emotion
battling the current  and
all her fears and complex thoughts.

Deep and thoughtful, wise and charming
there she goes, steady pace
looking forward
smile on her face.

What if, yes?
What if, no?
How is it, she could know?
Should she hold still,
or really go?

Woman, child, lovely you,
make sure to open wide those wings
take the deepest of all breaths
and with one little step your journey begins.

Pouring

Heaven is pouring down on me
trying to drown my sadness
of a dream born dead.

Water washing away
the colourful images of
happy birds on a bright blue sky.

Puddles soaking my boots
while I walk down a rotten sidewalk
through a never ending, dark tunnel.

Brilha, brilha

Olho e vejo no teu sorriso
a profunda tristeza do sonho morto.
Vejo no brilho dos teus olhos
uma lágrima caindo
levando aquela esperança
que havia nascido alí.

E tu?

E tu, país do futebol,
que perde 7 a 1 na copa do mundo.

E tu, país do pré-sal,
que tem filas quilométricas nos postos.

E tu, país dos aquíferos,
que deixa teu povo sem água.

E tu, país do futuro,
que não tem presente nenhum.

Tu, que compra metralhadora pra dar tiro no pé.
Tu, que estuda pra falar merda ao quadrado.
Tu, que não encontra o meio, de tanto correr pra direita e pra esquerda.

E tu? O que tu me diz?

Deu

Deu. Deu. Deu.

Basta. Basta. Basta.

Fui. 

Fui pra onde 

não sacode a casa inteira quando passa um onibus.

Fui pra onde 

não tem zombies craqueiros perambulando na minha calçada.

Fui pra onde 

não tenho que ter medo que aquele menino tem uma arma e vai me assaltar.

Fui pra onde 

não tenho que tirar meus filhos às pressas do carro, pra não levarem eles junto.

Fui pra onde as leis valem mais pra todos. 

Já era o tempo em que o sol era mais importante

as risadas e idas à praia. 

Onde doce, colorido e calor valia tudo. 

Palmeiras e céu azul. 

Onde eu achava legal não respeitarem nada e ninguém.

Deu. 

Basta.

Fui.

Boa sorte pra quem fica. 

Lava Jato

Fase 537

mais dinheiro
em malas
em cuecas
no cú.

mais buracos
mais flanelinhas
mais pessoinhas
perambulando por aí

sem ter pra onde ir
sem ter o que comer
sem chance de ser alguém
nessa vida tão fodida.

Limonada

Se a vida te da limão,
faz uma limonada.

Se a rua tem buracos,
desvia deles.

Se tu não consegue emprego,
vende docinhos na sinaleira.

Se tem medo de sair de casa,
assiste a novela.

Se a luz tá cara demais,
faz um gato.

Se não consegue creche pros pequenos,
leva na vizinha.

Se a passagem tá cara,
vai a pé.

Se roubaram teu celular,
compra outro.

Se não consegue pagar,
parcela.

Se o tiro te acerta

Foi lindo

Foi lindo e cheiroso
foi colorido e caloroso
nosso romance intenso

que nem incenso
que queima
faz fumaça
cheira bem
e se desfaz

sobram as cinzas
voando no vento

Qboa

No meio desse cáos

No meio dessa bagunça gigante

Cruel, feiosa, barulhenta

Essa bagunça de tico duro

De homens carregando malas de dinheiro

coçando o saco de pentelhos grisalhos

Rindo, indo ver as amantes siliconadas, botoxadas

Sobrevoando as Marielles, os Amarildos, os Paulos

Em seus jatinhos particulares pagos por algum empresário sem nome

Pisoteando o povão

Que não sabe de nada

Que é bandido

Que vende droga

Que merece ser estuprado

Que gosta de apanhar

Que é silenciado, se gritar

Que leva tiro, se abrir a boca

Que paga paga paga há 500 anos

Que pagará pagara pagará até quando?

No meio desse cáos

No meio dessa bagunça gigante

Cruel, feiosa, barulhenta

Alguém sabe onde?

Onde começar?